Apesar
da distância que os separava, um pensava no outro como se estivessem próximos,
unidos de tal forma que, mesmo longe, pareciam comunicar-se em segredo, num
silêncio desafiador e instigante. Eram como transgressores simplesmente,
rompendo as limitações de um tempo e um espaço que os separavam, sem receio
algum de perderem a ingênua pureza que envolvia em secreto.
Em
homenagem a eles, grávida de paixão, brilhou no escuro céu à beira do Rio Guamá
uma linda lua cheia, tingida por uma cor laranja forte, viva... Uma grávida lua
cheia de desejo e saudade que permitiu com que aquela linda garota percebesse o
quanto estava pensando nele naquele momento. Tal instante a deixou feliz e
totalmente entregue à beleza singela das coisas simples da vida.
Enquanto
isso, na clausura de seu quarto ele recordava o sorriso daquela garota que o
fizera despertar de um longo período de frieza emocional, bem como, também o
fez imaginava o quanto seria bom se ela também estivesse pensando nele.
Tudo
em seu quarto eram tédio e monotonia, menos recordar daquela garota que havia
conhecido tão brevemente. Entretanto, para sua surpresa, rompendo o silêncio da
madrugada, um rápido telefonema o intimou de forma elegante a admirar o luar.
Sem
que tivesse chance de responder, a ligação findou. Ele logo procurou uma janela
para contemplar a lua e se deparou com um céu sem estrelas, uma lua cheia e o
silêncio acolhedor que pairava naquela rua do bairro comercial de sua nova
cidade.
Ele
olhou com admiração para o astro celeste que os unia, e percebeu que a lua logo
foi encoberta por entre nuvens. Embora estivesse feliz ao contemplar o céu, nem
o fato de o céu estar sem estrelas, nem a lua encoberta por entre nuvens, e nem
a sua solidão provocada pelo vazio do quarto exerciam influência alguma sobre
ele. Afinal, bastava saber que, justamente na beleza singela das coisas
simples, ao menos um dia, ele havia feito parte da vida dela.
Naquele
momento, apesar da distância, os dois estiveram justos novamente...

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